E# - Fez ontem 4 anos

as tuas palavras estão espalhadas por todos os cantos

Passagem pedonal, Quinta da Luz, Lisboa

C# / A motivação - o caso do Chile

Este é um assunto [a motivação] sobre o qual não me posso pronunciar em "conhecimento de causa"! Estranho porque todos nós sabemos o que é a "motivação" e, sobretudo, (talvez), no meu caso é assim, todos nós sabemos o que é a "desmotivação". Ou seja, eu sei mais do termo com prefixo do que sem!  

Por outro lado, o assunto "Mundial de futebol" parece tornar-se incontornável por estas alturas (eu adoro futebol), mas neste caso falamos mesmo de motivação. E, prometo, voltaremos a falar deste tópico.

A Ilha Desconhecida de Armandinho

Que têm em comum José Saramago, D. Quixote e Armandinho?

Haverá ainda alguma ilha desconhecida? Parece que não! O Homem já mareou todos os cantos azuis do planeta, por redondo que seja, não deixando nada a descoberto. Ou então não!

Vejamos:

“E tu para que queres um barco, pode-se saber, (…) Para ir à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem, (…) Disparate, já não há ilhas desconhecidas, Quem foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas, Estão todas nos mapas, Nos mapas só estão as ilhas conhecidas, E que ilha desconhecida é essa de que queres ir à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria desconhecida (…)” (pp. 14-15)

Os 7 mandamentos de Ronaldo (e não só)

Este é o título da capa da Visão desta semana!

Chega aqui com todo o propósito por vários motivos: começa dentro de minutos a participação de Portugal no mundial do Brasil; estes mandamentos não são só os de Ronaldo; estes mandamentos, mais coisa menos coisa, são os mandamentos das pessoas de sucesso; vamos voltar a falar deles.

Os 7 mandamentos:
1- O berço não limita o destino.
2- Define o que queres e dá tudo para o conseguir.
3- Podes sempre melhorar.
4- Alimenta-te da pressão.
5- Torna o teu trabalho um paixão.
6- Não menosprezes a importância da família.
7- Nunca te esqueças das tuas origens.

Clin d'oeil - Pawel Kuczynski

Pawel Kuczynski

É polaco. Olhar apurado, imaginação fértil, crítica mordaz.

(pawelkuczynski.com)

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Parece que Portugal desmaiou...

Apesar de tudo o que rodeia estes tempos menos felizes, com menos razões para sorrir, não deixa de ser um dia "solene". E não queria deixar de o assinalar.

 

Percebo que a este dia se tivesse chamado em tempos (bem idos, espero) Dia da Raça. É-o de facto. É certo que o termo remete o nosso imaginário, quase intuitivamente, para uma ideia de preconceito e segregação racial, logo, naturalmente, para a ideia hedionda de racismo. Mas não o é em todas as suas acepções.

Ao mesmo tempo parece estranha esta ideia, a esta distância, não admira, mas parece estranha a ideia porque celebrar Portugal é celebrar também (e por que não sobretudo) a diversidade cultural e linguística que uma pluralidade de raças mantém orgulhosamente sob a mesma égide. Na verdade, em sentido próprio, raça também define um conjunto de ascendentes e descendentes de um povo. E são estes que celebramos!

o corpo da escrita

artur barrio é um artista plástico nascido no porto, mas radicado no brasil.

esta sua peça, "livro-carne", é um hino à metáfora . é a metáfora.

é a essência . simples . pungente . inteira.

escrever . inscrever . é encarnar . incorporar.

um corpo inscrito num outro corpo.

um corpo exposto às vicissitudes do tempo.

transitório . perene . que definha ao respirar.

um outro corpo (o da escrita) . visual . que exterioriza a condição do homem por detrás das linhas . para além das veias e da carne.

a escrita como espelho do tempo intangível.

o tempo como percepção do mundo em formação cíclica. 

assim escrever é composição (construção, crescimento) mas também é decompor, modificar, definhar, numa contagem decrescente do nascimento à morte.

enfim, uma peça fundamental.

Is Portugal the new "India of Europe"?

Pois, parece que sim!!! Esta é a pergunta, em jeito de título, ou vice-versa, de um artigo do Deutsche Welle. E a pergunta, retórica, dá quase todas as respostas.

O lead diz logo que somos "one of the eurozone's poorest countries" (agradecemos a distinção); mas depois informa-nos que há um "bright spot" que se consubstancia na indústria outsourcing.

O outsourcing ou terceirização é a "contratação, feita por uma empresa, de serviços secundários relativamente à actividade principal da empresa." (Priberam)

Certo, esses serviços secundários são recorrentemente serviços de costumer experience e contact center management. Agora, entendemos melhor: call centers, basicamente.

Nunca as portas deste reino tiveram tão abertas ao mundo... e ao desbarato!

Os livros da minha vida I

Che Guevara, Jean Cormier

Zach de la Rocha e os seus RATM usam a célebre fotografia de Alberto Korda, Guerrillero Heroico, como “pano de fundo” da mensagem que querem passar com a música que tocam (para dizerem ao mundo que estão ali para uma revolução, certamente). Num dos videoclips da banda, aparecem imagens de um concerto com a dita figura, embandeirada.

Juntamente com uns amigos, colecionamos videoclips: relembrar que estamos em 93, é o VHS que reina e já temos MTV. Certo dia, um amigo, o Stefano, que devia ter caçado esse videoclip (não me lembro de que música era) ou tê-lo visto pelo menos, ao passarmos por uns vendedores ambulantes peruanos de cuja loja se erguiam umas bandeiras, diz-me que a efígie estampada naquela ali, rubra, é do Zach. Parei um minuto para olhá-la com olhos de ver.

Commuters - o que são?

Bom, um commuter é "a person who commutes (as between a suburb and a city)".

Em Lisboa, seria portanto uma pessoa das linhas de Sintra ou Cascais, da margem sul ou ainda de Loures ou Odivelas (entre muitas outras "linhas") que trabalha na capital portuguesa.

Com alguma frequência esse "commuter" chega atrasado (ao trabalho, sobretudo), sobretudo se faz a "commute" de carro, nas horas de ponta. Ora o IC19, ora a 2.ª Circular, ora o acidente no nó de Pina Manique, na descida para Monsanto, entre o aeroporto e o Campo Grande, ao quilómetro x da A1 sentido Porto-Lisboa, enfim... as razões, infelizmente, abundam!

 

Revisitar Tiananmen

Não quero ser mal interpretado, de todo. Tenho um profundo respeito por tudo o que é sagrado - intocável, transcendente, portanto. Por qualquer motivo que seja... por crença ou fé, por temor, por princípio, pela dor maior da perda, por sentimento de culpa, enfim, respeito como respeito aquilo que de mais sagrado tenho.

Relembrar o que aconteceu no dia 4 de Junho na Praça de Tiananmen em Pequim revela muito desse respeito. Pela memória das vítimas, principalmente! Mas há também um fascínio incomensurável por esses jovens que se insurgiam contra o status quo e poderes instalados, representados nesta fotografia por um homem de camisa branca, o Homem do Tanque.

(ainda o) Dia mundial da criança

"The days of our [childhood] are the days of our glory!"

Lord Byron 

Um dos dias a assinalar com mais sentido, sem dúvida!

Feliz daquele que teve uma infância plena, que brincou, que pulou, que caiu e se levantou. E aprendeu. É importante relembrar, neste dia, que as crianças são o futuro, chavão posto em causa em momentos como aquele que vivemos: menos crianças, menos futuro! (Talvez a proporção inversa seja ainda mais verdade!!!)

Não querendo alongar-me sobre a crise demográfica portuguesa (ou como se poderá chamar a isso de as cegonhas não cumprirem as suas tarefas como outrora), nem sobre as atrocidades cometidas por esse mundo fora (com as quais não devemos deixar de nos preocupar, evidentemente), gostaria apenas (como se fosse pouco) de referir-me aos direitos das nossas crianças, relembrando que nos orgulhamos de fazer parte do "ocidente civilizado" e que existe uma Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959) que assenta em dez princípios fundamentais, dos quais publico dois (dois!!!) para que possamos comprovar quão longe estamos das boas intenções da Declaração:

Toda a criança tem direito
Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Princípio VII - Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.

Temos um caminho longo pela frente!!!
Estejamos atentos! Para uma infância de acessos e privações sãs!